CASA DE REVISTA: A ARQUITETURA COMO ALIADA DA HOTELARIA

12 de fevereiro de 2019 – 20:53

Olá!

Tradicionalmente conhecida por sua vocação para o turismo de negócios, a capital mineira impõe, entre outros dificultadores, um desafio extra para a hotelaria local: trazer hóspedes e consumidores quando o movimento cai bastante, fora de alta temporada, e potencializar os  ganhos também no turismo de lazer.

A partir da política de incentivo à construção de hotéis, impulsionada pela Copa do Mundo de 2014, formou-se após o fim do evento, o cenário de hiper oferta de leitos. Diante disso, de que forma o setor hoteleiro de Belo Horizonte pode estimular os hóspedes, que vêm para a cidade a trabalho, estender a hospedagem aos fins de semana e, ainda, retornar em feriados? Como criar o desejo de que indiquem amigos e conhecidos, gerar presença recorrente de público e consumidores locais, principalmente nos períodos de maior ociosidade?

A resposta não é simples, nem depende de um único fator. Sem dúvida, um dos pontos de atenção é a composição e organização do espaço interno, aspecto ressaltado pela neuroarquitetura como decisivo na forma do ser humano interagir com o ambiente, deixando-o com sensações positivas sobre experiência no hotel.

Na hotelaria, no entanto, não é difícil nos depararmos com ambientes desalinhados das expectativas e necessidades de hóspedes e consumidores. Entre as palavras de ordem para o sucesso do segmento estão: “conforto”, “estímulos sensoriais” e “interatividade”. Todos esses conceitos precisam estar agregados de forma técnica e estratégica à criatividade, design e identidade própria, tanto na arquitetura, quanto na decoração, para conseguir encantar a ponto de trazer resultado expressivo em movimentação e vendas.

Essas  são peças chave no momento de decisão, até de maneira inconsciente, daqueles que querem sair um pouco da rotina do dia a dia e experimentar um espaço inusitado. Independentemente do motivo, seja pela diversão, negócios ou turismo, o cliente busca experiências que começam no saguão do hotel e se estendem pelo quarto, espaço de convivência, bar, restaurante, sala de eventos interativa e espaço fitness, além de áreas públicas que reúnem o hóspede, o hotel e a cidade – como temos visto nos rooftop’s e restaurantes integrados.

Nesse sentido, para criar experiências marcantes a esse ponto, faz-se cada vez mais necessário que esses espaços sejam repensados a partir de inovações, referências internacionais, observação e estudo constante dos movimentos contemporâneos, inclusive para que não corram o risco de se tornarem obsoletos diante de tanta concorrência.

A elegância, que antes parecia impossível para hotéis de médio e pequeno porte, agora é acessível a todos. Os novos tempos substituíram os excessos pela criatividade, pelo consumo consciente e pela responsabilidade ambiental. Bom gosto, funcionalidade e design se unem na máxima do “menos é mais” e, para isso, é preciso mente aberta para o atual, querer ousar. Este o segredo para que a hotelaria de Belo Horizonte vá além dos atrativos locais e incentive os hóspedes que vêm a trabalho estenderem sua permanência para os fins de semana, a retornarem e indicarem para outras pessoas, aumentando o fluxo de consumidores da própria cidade.

Até a próxima!

Junior Piacesi é diretor do escritório Piacesi Arquitetos Associados. Com projetos de característica minimalista, há mais de 10 anos no mercado, tem se destacado em arquitetura para espaços comerciais, hoteis, clínicas médicas, de restaurantes a escritórios, mantendo também a presença em projetos residenciais. Piacesi defende que a arquitetura deve promover a limpeza da mente, possibilitar concentração e criatividade, a paz e descanso quando for o caso, sofisticados, funcionais e respeitando a realidade de cada um.

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