COLUNA DA PLÁSTICA: PEDRO SANGLARD EXPLICA TUDO SOBRE A PRÓTESE DE MAMA

9 de setembro de 2019 – 17:49

Olá, tudo bem?

Na Coluna da Plástica deste mês escrevo sobre um tema amplamente conhecimento no segmento da cirurgia plástica no Brasil; a prótese de silicone. Retorno o assunto, pois muitas mulheres só procuram o médico quando surge algum problema referente ao procedimento. Dados apotam que as próteses de mama mais antigas, implantadas nos anos 80 ou 90, durem cerca de dez anos. O motivo do prazo limitado a uma década, se dá por serem mais lisas e o silicone, mais líquido, além da cápsula que as envolvia também era mais fina. 

Hoje, a prótese usada tem uma textura na superfície, a camada que a envolve é mais grossa e o silicone é mais gelatinoso. Por isso dura mais e, atualmente, o desgaste da prótese pode começar a acontecer a partir dos 20 anos de uso. 

Abaixo, listo as perguntas mais frequentes sobre o tema:

1 – Qual o momento ideal para colocar uma prótese?

De modo geral, a idade mínima é de 17 ou 18 anos, quando a mama já está bem desenvolvida. 

2 – Como é a cirurgia?

Normalmente é feita com anestesia local e sedação, mas em alguns casos utiliza-se anestesia geral ou peridural. Dura entre uma hora e meia e duas horas, aproximadamente. A paciente tem alta no mesmo dia.

3 – Como é o pós-operatório?

A mulher pode sentir mais dor nas primeiras 48 horas. Em quatro ou cinco dias é possível voltar ao trabalho, desde que ele não exija muito esforço físico. Os exercícios (leves) podem ser retomados após 30 dias.

4 – A cirurgia deixa cicatrizes?

As cicatrizes são inevitáveis, mas costumam ser pequenas e ficar escondidas. O corte para colocação da prótese pode ser feito sob a mama (no sulco entre o seio e o tórax), ao redor da aréola ou na axila. Normalmente, para uma prótese de 260 ml, a cicatriz costuma medir cerca de 4 cm.

5 – Onde a prótese é colocada?

Há duas possibilidades: ela pode ser inserida entre a glândula mamária e o músculo ou atrás do músculo. O médico decide qual a melhor opção para cada paciente, dependendo do caso.

6 – Quais os tipos de prótese usados atualmente?

Há basicamente três formatos: redonda, assimétrica -que tem formato de gota- e cônica, que é bem menos usada. As redondas podem ser de perfil alto, baixo ou moderado. É o médico quem decide qual é a melhor opção para cada paciente, levando em conta o perfil da mulher, seus desejos e dados como o diâmetro da mama.

7 – Quando aparecem os resultados definitivos?

Após a cirurgia há um inchaço que leva cerca de dois meses para desaparecer. O formato definitivo do seio só aparece em torno de seis meses após a cirurgia.

8 – A prótese impede a amamentação?

Não, pois ela é colocada sob o músculo ou entre o músculo e a glândula mamária. Isso não interfere no crescimento do seio durante a gravidez e na amamentação. Os ductos mamários, que conduzem o leite, não são cortados durante a cirurgia. Mas, após a amamentação, em algumas mulheres as mamas mudam de tamanho.

9 – Quais sinais podem indicar problemas?

A paciente deve procurar um médico quando observa perda de resultados estéticos, como assimetria das mamas, quando uma fica mais dura ou mais alta ou quando há sinais de nódulos ou caroços e dores.

10 – O silicone pode causar câncer ou outras doenças?

No início, especialistas especularam se as próteses poderiam aumentar o risco de tumores. No entanto, diversos estudos não confirmaram essa suspeita. Um deles, feito em 2000 pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, acompanhou mais de 13 mil mulheres e concluiu que a prótese não estava relacionada nem ao aumento do risco de tumores nem ao atraso no diagnóstico.

11 – A prótese impede o diagnóstico de câncer?

Não, mas se a paciente tiver casos de câncer de mama na família, o médico pode preferir colocar a prótese sob o músculo, para facilitar a visualização de um possível tumor.

12 – Qual a validade da prótese?

Os médicos não estipulam um prazo determinado para a troca da prótese. As mais antigas precisam de acompanhamento após dez anos, aproximadamente, para checar como está a situação do produto. As mais modernas devem durar no mínimo 20 anos. 

 

 

Pedro Sanglard é belo-horizontino e cirurgião plástico formado pelo Centro de Estudo e Pesquisa em Cirurgia Plástica do Hospital Mater Dei, além de Membro Especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Para saber mais visite seu perfil no Instagram: @clinicasanglard

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