QUESTÃO DE PELE: ÁCIDO GLICÓLICO, UM VELHO AMIGO PARA UMA NOVA PELE

6 de novembro de 2019 – 16:14

Olá!

Nesta edição, nós vamos conversar sobre o ácido glicólico, um ativo que já pode ser considerado um clássico na dermatologia clínica desde os anos 1980. Ele integra a família dos hidroxiácidos (HAs) e faz parte do grupo dos alfa hidroxiácidos (AHAs). Ficou popularmente conhecido como ácido glicólico porque é originário da cana-de-açúcar.

Como o ácido glicólico pode te ajudar?

O maior potencial do ativo está em sua grande capacidade como esfoliante, proporcionando renovação da pele. A partir disso, abre-se um leque de aplicações possíveis, uma delas é o rejuvenescimento.

O ácido glicólico também estimula a síntese de colágeno. Com isso, ele funciona como um agente atenuante das linhas finas e vincos, deixando a pele mais lisa. A substância também pode ser útil no combate à acne, uma vez que colabora para proteger os poros do excesso de queratina.

Esse ativo ainda pode aparecer compondo fórmulas junto à outras substâncias, ajudando a combater estrias e manchas. Neste último caso, o ácido glicólico não atinge a causa do problema – que é a produção excessiva de melanina. Mas, graças ao seu estímulo à renovação celular, o ácido faz com que o clareamento das manchas seja mais rápido.

A concentração do ativo determina para qual finalidade ele será usado

A quantidade de ácido glicólico presente em uma fórmula já indica qual é o efeito que se espera dele. Para proporcionar maior capacidade de retenção de água às camadas da pele, com o objetivo de hidratá-la, a concentração do ativo deve ser entre 4% e 10%.

Quando essa taxa chega aos 10%, a função é contra o envelhecimento. Aqui, a ação é para atenuar marcas e restaurar a luminosidade da pele. Com essa concentração, é comum o ácido glicólico aparecer na forma de produtos tópicos como gel, cremes e loções.

A textura do produto vai depender de fatores como tipo de pele e fase da vida. Para peles mais oleosas, por exemplo, gel e serum são mais efetivos. Para pessoas a partir de 40 anos, os cremes costumam ser mais indicados, pois têm menos chance de causar irritação ou ressecamento.

Também há usos possíveis para concentrações que ultrapassem os 20%. Nesses casos, entram em cena os peelings químicos. São procedimentos, realizados em consultório,  eficazes no rejuvenescimento e no tratamento de queratoses (crescimento anormal das células produtoras de queratina) e calosidades.

Não inicie nenhum tratamento sem antes consultar um especialista

Apenas um dermatologista pode te dizer se o ácido glicólico tem serventia para você e qual seria o uso mais adequado. Pessoas que apresentam pele sensível, por exemplo, podem desenvolver hiperpigmentação pós-inflamatória ao ter contato com o ativo. Portanto, é preciso procurar a devida orientação.

 

Até a próxima!

 

Bruno Vargas é dermatologista, graduado pela UFMG, e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Além de estar à frente da Clínica Bruno Vargas, é responsável por diversos projetos, como o Portal do Melasma (www.portaldomelasma.com.br), o Portal da Face (www.portaldaface.com.br) e o jornal Update Skin. Mais no site www.clinicabrunovargas.com.br.

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