QUESTÃO DE PELE: BRUNO VARGAS FALA SOBRE PSORÍASE E SEUS TRATAMENTOS

20 de março de 2018 – 17:47

Olá, pessoal!

Na coluna deste mês vou abordar um caso recorrente na dermatologia. Pior do que ter uma doença é sentir na pele (literalmente) o preconceito por causa dela. Infelizmente, essa é a realidade dos portadores de psoríase. Essa doença crônica da pele se manifesta por meio de lesões avermelhadas ou rosadas, cobertas por escamas esbranquiçadas, que podem surgir em regiões como cotovelos, joelhos e couro cabeludo.

Na maioria dos casos, ela ocorre por predisposição genética, mas há indícios de que também esteja associada a fatores psicossomáticos. É mais comum aparecer antes dos 30 anos ou após os 50. Atualmente, 1% a 3% da população mundial possuem psoríase, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mesmo não sendo uma doença contagiosa, essa disfunção pode trazer desconforto ao paciente. Contudo, um dos maiores agravantes continua sendo a falta de informação.  Há vários tipos de dermatoses com sintomas semelhantes, sendo de suma importância conhecê-las para obter o diagnóstico correto. A doença se apresenta em diferentes tipos, como a psoríase em placa, encontrada em 80% das pessoas que possuem a dermatose, principalmente nos cotovelos, joelhos, costas e couro cabeludo.

Outros tipos são: psoríase do couro cabeludo, que atinge entre 50% e 80% da população; psoríase gutata que, na maioria dos casos, afeta crianças e adolescentes com pequenos pontos vermelhos escamosos na pele; psoríase pustulosa, que pode surgir por complicação da psoríase em placa ou resultado da interrupção do tratamento da doença; psoríase inversa, tipo menos comum que, normalmente, atinge axilas, virilha e sob o seio; psoríase eritrodérmica, um dos tipos mais raros de ocorrer, mas um dos mais graves da doença, que cobrem o corpo inteiro, comprometendo a proteção da pele; e a artrite psoriásica, que, segundo estimativas,  30% das pessoas  que têm a doença, desenvolvem também esse problema caracterizado por dor, rigidez e inchaço em torno das articulações.

Alguns fatores ainda podem desencadear a doença como: infecções de garganta e pele; lesões na pele; estresse; variações climáticas; fumo; consumo excessivo de álcool; alguns medicamentos e alterações bioquímicas. Ainda não há cura pra a enfermidade, mas para uma boa qualidade de vida, o tratamento é muito importante. Em casos leves, a hidratação da pele, a aplicação de medicamentos tópicos sobre as lesões. Nos casos moderados, além desses cuidados, pode ser usado procedimento com luz ultravioleta A.  nos casos graves, a medicação via oral é fundamental.

É indispensável o acompanhamento de um dermatologista.

Até a próxima!

Bruno Vargas é dermatologista, graduado pela UFMG, e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Além de estar à frente da Clínica Bruno Vargas, é responsável por diversos projetos, como o Portal do Melasma (www.portaldomelasma.com.br), o Cinema Solidário e o jornal Update Skin. Mais no site www.clinicabrunovargas.com.br.

 

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