CASA DE REVISTA: JUNIOR PIACESI AVALIA ESPAÇO DE TRABALHO X PRODUTIVIDADE

11 de março de 2019 – 23:27

Olá, leitores!

Na coluna “Casa de Revista” deste mês conto sobre minha a relação do o espaço corporativo criado com empatia e o aumento e melhora da produtividade e qualidade de vida. A cada dia, surgem mais evidências do impacto que o ambiente a nossa volta tem sobre nossa vida, influenciando diretamente a capacidade e qualidade do desempenho cerebral a cada momento, percepções sensoriais, estado de humor. Como consequência, também são afetados a atitude de cada um no dia a dia, a motivação, a percepção positiva ou negativa dos acontecimentos, nas pequenas e grandes decisões, a forma de interagirmos com os outros e por aí vai. Para se ter uma ideia da relevância disso, na psicologia, a interação entre ambiente e comportamento tem sido extensivamente estudada há algum tempo, apontando que o desenvolvimento das características individuais – ou seja, da própria personalidade – é explicado, entre outros fatores, por meio dessa interação entre o ser humano e o ambiente, conforme reforçado pela dissertação “Interação Comportamento e Ambiente: Análise do Comportamento, Neurociência e Epigenética”, feito para obtenção de título de Mestre em Análise de Comportamento por Noro, da Universidade Estadual de Londrina, em 2013.

Outro artigo publicado em 2015, intitulado “Contribuições da Neuropsicologia nas Dificuldades de Aprendizagem Escolar”, de Giannesi e Moretti, reforça que a própria aprendizagem se inicia com um estímulo de natureza físico-química advindo do ambiente que é transformado em impulso nervoso pelos órgãos dos sentidos.

No ambiente corporativo isso não poderia ser diferente.

Aqui, estamos falando da relação entre ambiente físico e aspectos essenciais do desenvolvimento do ser humano, no contexto da formação da personalidade e do aprendizado. Sendo assim, levando-se em consideração o maior nível de exigência do seguinte momento de existência, pode-se ter uma dimensão da influência que o ambiente tem na produtividade, criatividade, qualidade de interações, resultados e saúde física e mental dentro das corporações, escritórios e ambiente de trabalho de forma geral.

Constantemente negligenciado, o ambiente físico corporativo afeta diretamente no sucesso ou fracasso das empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes. Acredito que isso acontece, entre outros fatores, porque os estímulos do meio externo passam despercebidas, mas são absorvidos e processados inconscientemente pelo cérebro. Psicologia e neuroarquitetura têm endossado esse processo e seu impacto nas atitudes, decisões e resultados da ação humana no dia a dia.

Se esquecer disso é descuidar da qualidade corporativa. O ambiente é capaz de engajar pessoas e equipes, melhorar consideravelmente o desempenho e, como consequência, a rentabilidade do negócio. Você poderia argumentar que, pela natureza de seu negócio, ele não sofre impacto direto do ambiente interno, e que uma mudança ou estruturação nesse sentido poderia ferir a cultura organizacional, principalmente em ambientes tradicionais e que precisam ser mais sóbrios. Porém, a experiência que temos tido em ambientes como escritórios de multinacionais, grandes empreendimentos da engenharia, hotelaria, advocacia e até mesmo pequenas empresas é , tenho segurança de que é possível gerar maior crescimento com a mudança direcionada do ambiente organizacional, independente do segmento. E sabe qual área da arquitetura também trata disso? A neuroarquitetura, a mesma que falei aqui 

Meu objetivo foi deixar uma reflexão que tem sido feita nas grandes e pequenas empresas de todo o mundo. Não basta capacitar a equipe, enquanto o ambiente não proporciona qualidade e bem-estar. Um espaço de trabalho humanizado capaz de gerar qualidade de vida, afeta diretamente não só o resultado e a produtividade, mas também contribui para uma sociedade mais saudável física e emocionalmente.

Junior Piacesi é diretor do escritório Piacesi Arquitetos Associados. Com projetos de característica minimalista, há mais de 10 anos no mercado, tem se destacado em arquitetura para espaços comerciais, hoteis, clínicas médicas, de restaurantes a escritórios, mantendo também a presença em projetos residenciais. Piacesi defende que a arquitetura deve promover a limpeza da mente, possibilitar concentração e criatividade, a paz e descanso quando for o caso, sofisticados, funcionais e respeitando a realidade de cada um.

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